O avanço da tecnologia trouxe inúmeras melhorias para o setor de saúde, permitindo uma prestação de serviços mais eficiente, diagnósticos precisos e tratamentos avançados. No entanto, com a digitalização dos registros médicos e a crescente quantidade de informações pessoais armazenadas eletronicamente, os riscos de vazamento de dados também aumentaram exponencialmente.
O tema deste artigo é o preocupante problema do vazamento de dados na área da saúde, destacando como isso pode deixar pacientes e empresas em perigo, com ameaças que incluem extorsões, fraudes e multas.
A ascensão dos vazamentos de dados de saúde
O risco de vazamento de dados na área da saúde cresceu exponencialmente. Segundo dados divulgados pela Check Point Research em 2022, golpes virtuais direcionados ao setor de saúde aumentaram em surpreendentes 64% nos primeiros meses do ano.
Em termos amplos, o Brasil continua liderando o cenário global de vazamentos de dados. Em 2021, mais de 2,8 bilhões de informações sensíveis foram expostas, mantendo o país na primeira posição mundial pelo segundo ano consecutivo, conforme indicado pelo “Relatório de Atividade Criminosa Online no Brasil“.
Essa preocupante tendência coloca o segmento como o segundo alvo preferencial dos cibercriminosos, ficando atrás apenas do varejo em termos de frequência de ataques. E com informações pessoais e médicas armazenadas eletronicamente se tornando um alvo cada vez mais atrativo para cibercriminosos, os efeitos devastadores dessas violações são sentidos tanto por pacientes quanto por instituições de saúde.
As consequências dos vazamentos de dados para os pacientes
Para os pacientes, o vazamento de dados de saúde pode ter implicações devastadoras. Informações médicas sensíveis, como histórico de doenças, medicações em uso, alergias e resultados de exames, podem ser usadas de maneira maliciosa por criminosos. Vítimas de vazamentos podem enfrentar extorsões, onde hackers ameaçam tornar públicas suas informações médicas privadas, a menos que um resgate seja pago.
Além disso, os dados podem ser usados para realizar fraudes médicas, como a obtenção ilegal de medicamentos prescritos ou a realização de tratamentos médicos em nome das vítimas. A identidade de pacientes pode ser comprometida, levando a problemas financeiros e danos à reputação.
Outro problema grave que o vazamento de dados pode acarretar para pacientes é a divulgação de condições sensíveis ou estigmatizadas, como doenças mentais, HIV/AIDS ou doenças crônicas. O vazamento dessas informações pode levar à discriminação e ao estigma, afetando negativamente a vida dos pacientes.
O impacto do vazamento de dados sobre as empresas de saúde
As empresas de saúde também sofrem sérias consequências quando ocorre um vazamento de dados. A confiança dos pacientes é abalada, o que pode levar a uma perda significativa de clientes e receitas.
Além disso, essas empresas podem enfrentar ações judiciais por negligência na proteção das informações dos pacientes, resultando em multas substanciais e encargos jurídicos. Outro ponto de atenção é a necessidade de manter a conformidade com as leis e regulamentações de proteção de dados, como o Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR) na União Europeia e a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil.
Lidar com um vazamento de dados requer recursos significativos para investigações, notificação de pacientes afetados e implementação de medidas de segurança adicionais. Além disso, as multas por não cumprimento podem ser altíssimas, chegando a milhões de dólares ou euros, dependendo da gravidade da violação.
Os danos significativos à sua reputação também são outro fator preocupante. A perda de confiança pode levar a uma diminuição no número de clientes e parcerias e, em certos casos, dados de saúde de pacientes em ensaios clínicos ou pesquisas podem ser comprometidos, violando as normas éticas que protegem os participantes e a integridade do estudo.
8 melhores práticas para minimizar riscos de violação de dados
Para combater o vazamento de dados na área da saúde, é essencial que as empresas tomem medidas preventivas para proteger as informações dos pacientes. Neste sentido, investir em sistemas de segurança cibernética robustos e atualizados é crucial para evitar invasões de hackers.
Ao adotar boas práticas de segurança, as organizações de saúde podem fortalecer suas defesas contra tais ameaças, protegendo pacientes e evitando prejuízos financeiros e danos à reputação das instituições.
Dada a ocorrência de violações de dados por diversos motivos, é de extrema importância utilizar várias tecnologias e processos para reduzir essas ocorrências. Abaixo estão 8 práticas recomendadas para prevenir violações de dados.
1. Levante todo o conjunto de dados e identifique locais vulneráveis
Para garantir a proteção dos dados, é fundamental que uma empresa realize um inventário de todos os conjuntos de dados e identifique os locais de informações confidenciais. Esse inventário completo deve ser atualizado e revisado regularmente para acompanhar quaisquer alterações, como a adição, remoção ou movimentação de dados.
2. Restrinja rigorosamente o acesso privilegiado
Embora seja feito com boas intenções, conceder acesso privilegiado a funcionários e contratados pode facilmente sair do controle, colocando os dados em risco desnecessário. É essencial estabelecer e aplicar políticas que regulamentem os níveis elevados de acesso, com supervisão regular. O uso de ferramentas de gerenciamento de acesso privilegiado pode auxiliar na facilitação e aplicação dessas políticas.
3. Infraestrutura de patches
A correção de redes e sistemas deve ser uma prioridade para todas as equipes de segurança de TI. O aumento constante do número de explorações de dia zero recém-descobertas torna evidente que invasores frequentemente se aproveitam de vulnerabilidades não corrigidas no software para acessar dados críticos.
4. Proteja o perímetro da rede
Tradicionalmente, a segurança do perímetro da rede é a primeira linha de defesa contra ameaças externas. Essa abordagem inclui a utilização de firewalls, sistemas de prevenção e detecção de invasões, listas de controle de acesso e outras ferramentas projetadas para permitir fluxos de dados de negócios internamente, ao mesmo tempo em que identificam e bloqueiam tentativas de ameaças conhecidas provenientes de fora da organização.
5. Terminais seguros
Atualmente, a implementação de controles de segurança de endpoint, como software de detecção de malware, tornou-se crucial. Com usuários e cargas de trabalho altamente distribuídos, muitas vezes fora da proteção das ferramentas tradicionais de segurança de perímetro, a segurança de endpoint desempenha um papel muito importante.
Quando adequadamente implementada e gerenciada, a segurança de endpoint pode oferecer uma proteção excepcional contra ameaças comuns baseadas na Internet, como malware baseado na Web.
6. Limite o movimento lateral
Invasores podem encontrar brechas e tentar explorar outros sistemas dentro de sua rede. É aí que entra a microssegmentação, uma estratégia inteligente de segurança do perímetro, indicada para frustrar esses esforços e limitar qualquer movimento não autorizado.
A microssegmentação cria zonas de rede isoladas, garantindo que cada parte de sua rede esteja protegida individualmente. Dessa forma, mesmo que um invasor consiga acessar uma área, ele será impedido de se movimentar para outras partes da rede, protegendo seus dados confidenciais e sistemas críticos.
7. Criptografe dados em repouso e em trânsito
Não importa onde os dados confidenciais estejam em um determinado momento, eles devem ser criptografados para impedir que alguém capaz de acessar os dados os leia. Isso inclui não apenas a criptografia de dados onde eles residem, mas também quando eles se movem de um ponto a outro dentro de uma rede corporativa.
A criptografia garante que, mesmo que alguém tenha acesso aos dados, eles não possam ser lidos sem a chave de descriptografia correta. Isso é crucial para evitar que informações sensíveis caiam em mãos erradas e proteger a privacidade de seus clientes e parceiros.
8. Realizar treinamento de segurança cibernética para funcionários, contratados e parceiros
Nenhuma estratégia de segurança cibernética está completa sem um amplo treinamento de conscientização de segurança para todos que acessam e interagem com dados corporativos confidenciais.
Não é de surpreender que erros intencionais e não intencionais de funcionários, contratados e parceiros representem a maior ameaça à segurança de dados, além de ser o desafio mais significativo na prevenção de violações.
O treinamento adequado para colaboradores deve abranger as diretrizes de uso de dados, políticas de senha e ameaças comuns, como engenharia social e golpes de phishing. Outra indicação é que ele seja realizado regularmente, atualizando as equipes sobre os golpes e riscos mais frequentes.
Além disso, também é fundamental que os pacientes desempenhem um papel ativo na proteção de seus dados. Eles devem estar cientes dos riscos de segurança, evitar o compartilhamento indiscriminado de informações pessoais e reportar qualquer atividade suspeita às autoridades competentes.
Conclusão
O vazamento de dados de saúde representa uma ameaça grave para pacientes e empresas do setor. A extorsão, fraudes e multas associadas a esses incidentes podem ter um impacto devastador na vida das vítimas e nas operações das organizações de saúde.
A conscientização sobre a importância da segurança cibernética, a implementação de medidas preventivas e a conformidade com as leis de proteção de dados são fundamentais para combater essa crescente ameaça. Somente através de esforços conjuntos entre pacientes, empresas e governos será possível garantir a segurança e privacidade dos dados de saúde no mundo digital em constante evolução.
Para reforçar sua segurança cibernética e eliminar vulnerabilidades que colocam em risco a segurança e conformidade da sua empresa, é preciso contar com um parceiro de renome. Entre em contato conosco e invista em soluções completas para garantir a integridade dos dados de saúde da sua instituição.
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